terça-feira, 21 de abril de 2009

(Preciso de um título)

Vamos montar a nossa história?
Eu te escrevo, você me escreve, coloque em mim o que você mais gosta, o que você acha de mais belo. Pensemos num enredo, pensemos num cenário, pensamos nos toques, nos beijos, no carinho, no amor...
Esqueça tudo e vem viver isso comigo.


By: Fake Angel

Persona

Estou sedento por ver toda essa folha preenchida, com palavras vagas humanizadas, sedento em querer pintar minha imaginação, em imitar a arte da criação...
Estou com vontade de conhecer um personagem, tão diferente de mim, mas igualmente humano, curioso para fazer e conhecer sua história, de conhecer seu rosto, seu corpo...
Que vontade de faze-lo rir quando quero, de faze-lo chorar quando eu chorar. Um conto, uma história, um verso, decidir o tamanho de sua vida nessas meras três palavras.
Talvez fosse usa-lo para me gabar, ou me enraivecer por você não sair como quero. Pareço brincar de Deus, mas eu só queria ser você...


By: Fake Angel

sexta-feira, 10 de abril de 2009

(Só para passar o tempo)

O que quero escrever?
Pensando, escrevendo, refletindo. Palavra aqui, palavra ali, arrumando, pouco a pouco.
Troco uma ordem, troco uma classe, troco uma oração.
Pouco a pouco, vai saindo, trabalhoso.
Lapidando aos poucos o produto final, com cuidado.
E todo esse trabalho, depois de lido, repassado
Incentivando sentimentos, instigando corações, formando, cidadões.


By: Fake Angel

quarta-feira, 1 de abril de 2009

De noite

Noite, as luzes da casa todas apagadas. Ela estava deitada, dormindo, tão linda! Em uma posição tão angelical. Imagino que ela estivesse assim já que não estamos mais juntos, estou aqui deitado no sofá, já chorei demais, não tenho mais lágrimas, agora o que arde é o peito, a saudade da pele, a saudade do calor dela, de dormir ao lado dela.

O telefone, tenho medo de ligar, tenho medo de acorda-la e tira-la de tão linda pose, de tão doce sono. Tenho medo de ouvir, medo dela me lembrar que estamos longe, o telefone por si já me passava essa idéia de distância.

Não podia mais agüentar, peguei o carro e fui em direção à “nossa” casa. Ainda tinha as chaves, mas será que ela trocou a fechadura? Arrisquei as chaves, a porta se abriu. Fui até o “nosso” quarto, a porta estava entreaberta, espiei. Minha imaginação estava certa, ainda a conhecia, estava lá, deitada na pose angelical de sempre, no sono tão doce. Entrei devagar, deitando-me ao seu lado, abraçando-a com cuidado, como se tivesse medo de quebrá-la. Fui recebido com aquela voz gostosa de sono, sussurrando:

- Estava te esperando, sinto falta do nosso amor...



By: Fake Angel / Neko

sábado, 14 de março de 2009

Sem título, {capítulo 5}

Capítulo 5 – Human Island

Fazia frio e Marianna apertou o passo se encolhendo dentro do grande casaco que usava. Foi surpreendida por braços quentes em seu ombro, que a enlaçavam e amenizavam o frio.
“Você não consegue mais ficar longe de mim nem por 5 minutos?” Ela soou divertida e confortável.
“Eu consigo... É seu colar que não deixa. Acho que vou ficar com ele!” Lucca a fez parar e quando ela sorriu ao seu olhar tomou-a nos braços em um abraço quente e carinhoso.
“Você quer ficar com o colar? Acho que existem coisas melhores para você querer ficar...” Marianna sussurrou ao pé do ouvido de Lucca, assustando-se com a sua própria ousadia.
Lucca soltou-a de seus braços e disse sorridente: “Não sei não, eu gosto do colar!”
“Então pode ficar com ele.” Ela disse séria e um vento frio bateu em seu rosto congelando cada parte descoberta de seu corpo. Estremeceu por um segundo tentando fugir do vento.
“Infelizmente eu prometi que ia te devolver...” ele sorriu “Vem cá, me deixa colocar em você.”
Marianna retribuiu o sorriso tentando não fazê-lo, foi para mais perto de Lucca virando-se de costas para ele e levantando seu cabelo para que ele colocasse seu colar. Lucca passou o colar gentilmente pelo pescoço dela fazendo um tremendo esforço para não tocá-la. Fechou-o com facilidade, mas decidiu se demorar mais um pouco e explorar com os olhos a pele lisa do pescoço de Marianna. Surpreendeu-se ao encontrar uma pequena tatuagem atrás da orelha dela... Era uma palavra: island. Correu os olhos para a outra orelha e viu que ali descansava mais uma palavra: human. ‘Human Island, quanta realidade em apenas duas palavras!’ pensou ele em um suspiro.
Lucca soltou o colar das mãos e tocou com a ponta de seus dedos as duas pequenas tatuagens de Marianna. Ela ergueu os ombros ao sentir seu toque e soltou os cabelos, deixando com que eles caíssem sobre as mãos de Lucca. Ele então voltou a erguê-los com uma das mãos para que com a outra pudesse acariciar a nuca exposta de Marianna. Ela ergueu os ombros mais uma vez e se virou para olhá-lo. Ambos sorriram levemente e Marianna diminuiu a distância entre os dois dando um tímido passo à frente. Ele então pegou o rosto dela com as duas mãos e o aproximou do seu, sem deixar que seus lábios se tocassem. Ela, sem pensar, beijou-o levando suas mãos ao pescoço dele, acariciando sua nuca devagar enquanto deixava-o explorar sua boca.
Lucca sentiu o toque suave das mãos de Marianna em sua nuca e levou as mãos do rosto dela para as costas, envolvendo-a em um abraço. Percebeu que ela estremecera e interrompeu o beijo carinhosamente olhando-a nos olhos. Ia falar, mas foi interrompido pelos dedos de Marianna em sua boca, impedindo que ele a abrisse.
“Não, a fala está superestimada...” Lucca sorriu ao ouvi-la e puxou-a para mais um beijo.
Ficaram juntos no estacionamento até ouvirem o sinal da última aula. Estava frio e Lucca sabia que Marianna não poderia ficar ali por mais tempo sem que congelasse. Ele então a afastou e segurou em sua mão olhando-a nos olhos.
“Mah, você está com frio... E já está tarde. Que tal a gente se encontrar amanhã?”
Marianna odiava a idéia de ter de ficar longe dele durante tanto tempo, mas este pensamento a apavorava. Desde quando ela era dependente de alguém?
“Tudo bem, nos vemos amanhã.” Ela sorriu e Lucca estremeceu com o vento gelado. “Você também está com frio, a culpa não é só minha!” Disse ela divertida.
“Eu só estou com frio porque você está longe de mim!” Lucca soou irresistível e Marianna pulou em seu pescoço envolvendo-o em um abraço exageradamente apertado, ato que o agradou.
“Passou o frio agora?” Perguntou ela acariciando as costas dele.
“Sim, obrigado.”
Riram juntos e Lucca se afastou um pouco para dar um leve beijo na ponta do nariz de Marianna, que achou o carinho infantil encantador.
“Acho que precisamos ir mesmo...” Disse ela olhando para as pessoas que começavam a sair dos prédios da faculdade.
“Sim, acho que sim.” Lucca falou enquanto soltava-a de seu abraço. “Nos vemos amanhã Mah...” Seu tom foi de dúvida.
“Nos vemos amanhã.” Confirmou ela subindo na ponta dos pés para alcançar a boca de Lucca e lhe dar um beijo enquanto sorria.
Os dois se despediram rapidamente, pois concordavam que o que acontecera já era demais para um dia só. Precisavam pensar sozinhos em tudo aquilo e organizar as informações.
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ps: eu queria comentários T.T
Peace, love and music, Kah *

sexta-feira, 13 de março de 2009

Creme Brulle de Chocolate

BIP•BIp•Bip•bip



"Sabe aquela sensação de ter deitado na cama, de virar, fechar os olhos e ai o despertador tocar?

Bom, esta foi a sensação que tive ao acordar às 4:30 da manhã para ir ao trabalho.

O que passa pela minha cabeça todos os dias é se mereço acordar tão cedo e ir dormir tão tarde... Só que no exato momento que este pensamento me vem à tona é justo o momento em que chego ao porto e vejo o sol nascer, se refletindo no mar. Timidamente ele bate em minha cara, fazendo o antigo pensamento dizer um breve adeus e logo vem o sorisso. E com a felicidade que ele me traz, começo a pensar o cardápio do dia.

Pode até parecer fácil, mas não é tanto assim...

A escolha do prato principal é simples, sempre conforme meus sonhos, no caso de hoje, sonhei que estava nadando, logo será peixe.

Primeira etapa concluída: consegui achar um ótimo peixe dentro do orçamento do restaurante. Agora e os temperos.

Bom, eles são a alma do prato. O que me leva a uma longa etapa! Gosto de pensar nela como sendo um grande desafio e para encarar isso, somente sentando no meu banco preferido da praça local, pode até parecer estranho, mas você sabe né, cada um consegue sua inspiração de um jeito...

Gostei do modo especial que a idéia me veio hoje: uma criancinha veio correndo ao meu encontro e meu deu um girassol, sorri e ela foi embora. Comecei então observar aquela linda flor...

Você já deve saber o que pensei...

Por que não usar sementes de girassol? Só que elas pedem algo mais assim (sabe?) como a mostarda.

E para aguçar o paladar, o molho da salada será de mel e laranja.

É...

A sobremesa foi uma decisão difícil, mas, por fim decidi que talvez uma maçã caramelizada e flambada combinaria...

Mas sabe como foi na cozinha, né? Um corre-corre o tempo inteiro...

Depois tive que organizar algumas coisas; fazer a lista da dispensa, dar uma olhada nos vinhos e tals...

Não me olha com essa cara! Só por que são três da manhã e eu costumo chegar a uma, não quer dizer que eu estava te traindo.

Fica tranquila amor, estava trabalhando mesmo.

Oi? Como ousa falar uma coisa dessas?!

Você acha mesmo que eu dormiria com ela e ainda mais na cozinha?

Horas, quem desconfia é por que tem culpa...

O quê?!

Ah isso é verdade! Ela é bem mais bonita do que você.

Calma, calma eu estou brincando! Olha aqui o que fiz pra você...

... sua sobremesa preferida!

Pronto! Está vendo tudo se resolve, vem me dá um beijo sua ciumenta."

quinta-feira, 12 de março de 2009

Fake Angel

Muitas me perguntaram o porque de Fake Angel, e acho que finalmente eu entendi o que significa esse nome que levei por tanto tempo. Tudo graças a você Neka, é como se eu tivesse escolhido esse nome, para justifica-lo no dia em que nos amassemos.

Nome...Palavra que lhe da identidade, que faz de você ser você mesmo, mas o que o meu significa? Porque Fake Angel? Uns dizem que sou algum tipo de anjo encarnado na Terra (ainda mais pelo meu nome verdadeiro, Lucas, nome de um arcanjo). Outros dizem que tenho uma carinha de anjo mas no fundo sou um demônio, outros dizem que tenho apenas o jeito de um anjo. Não soube responder quando me perguntavam do porque desse nome, preferia fugir com outra pergunta “qual você acha que é o significado?”. Simples.

A única coisa que eu sabia era que eu queria ter asas, mas não as sentia em minhas costas, mentira. Eu sempre tive asas, mas apenas uma. E com apenas uma asa não se pode voar, com apenas uma asa, pode-se apenas imaginar como é o paraíso. Enfim, encontrei alguém que me contou uma história e não só contou essa história, como roubou meu coração, aliás, completou-o. Sim, agora eu tenho duas asas, a minha juntamente com a sua, agora sei porque Fake Angel “O anjo de uma asa”. Agora sei voar, nas asas do paraíso, mas compartilhando, minhas asas, minha alegria, seja o que for, com a dona da asa que me completa.

By: Fake Angel

segunda-feira, 9 de março de 2009

Sem título - {Capítulo 4}

Capítulo 4 – Explicações e Reações

“É bom você me devolver o colar depois desta.” Marianna falou com um ar tão descontraído que se impressionou.
“Eu vou, mas só depois do chocolate quente.”
Os dois foram até a lanchonete da faculdade conversando inutilidades e evidentemente se divertindo. Pediram um chocolate quente cada um e sentaram-se na mesa mais isolada do local por escolha de Marianna.
“Certo, já temos o nosso chocolate quente, agora me fale sobre você Lucca...”
“Eu sou do 4º ano, matemática também. Não sei o motivo de gostar tanto desta matéria, mas acho que é porque os números são muito mais simples de se compreender do que qualquer outra coisa. Eu trabalho como plantonista em uma escola, mas não gosto muito dos alunos, se é que você me entende...” ele falou dando um sorrisinho “Para ser sincero acho que não gosto de pessoas também, a não ser...”
“A não ser?” Marianna insistiu.
“Esquece. Continuando... Eu te via todos os por aí e imaginei que gostaria de alguma companhia para variar.” Lucca sorriu tomando um bom gole de chocolate.
“Você tem muita imaginação para um matemático e parece muito novo para estar no 4º ano. Sua boca está inteira suja de chocolate!”
Lucca sorriu passando a língua nos lábios, exatamente como faz uma criança e isso rendeu a ele mais um vislumbre do sorriso de Marianna.
“Limpou?” perguntou ele.
Marianna balançou a cabeça negativamente, pegou um papel e limpou delicadamente a boca dele. Olharam-se nos olhos e sorriram tentando adivinhar o que se passava na cabeça um do outro.
“Por que um número 9?” Lucca falou interrompendo o momento.
“O quê?”
“Seu colar, tem um número 9 nele.”
“Ahh, é uma bobagem, nada de muito interessante.”
“Adoro coisas pouco interessantes.” Disse ele sorrindo.
“Ok...” Marianna respirou fundo “O número 9 sempre me perseguiu. As melhores coisas da minha vida sempre acontecem ou no dia 9, ou às 9 horas, ou então 9 vezes. Tudo tem o número 9 no meio, a não ser, é claro, nas minhas notas que são sempre maiores do que isto.” Ela sorriu divertindo Lucca. “Fora que eu faço aniversário dia 9...” Marianna não sabia por que se sentia tão confortável contando coisas para ele. Lucca era um completo estranho e ela nunca contava nada a ninguém, nunca se abria a ninguém. Por que com Lucca era tão diferente?
“Em que mês é seu aniversário?” perguntou ele fazendo com que Marianna voltasse à realidade.
“Junho, nasci dia 9 de Junho às 9 horas e 19 minutos.” Ambos sorriram e ficaram em silêncio por um tempo, apenas tentando adivinhar, sozinhos, o que significavam um para o outro. Lucca sabia que gostava da fria estudante do 2º ano. Achava-a inteligente, seus olhos o intrigavam e, para ele, ela era incrivelmente linda.
Marianna não podia negar que ele tinha um efeito diferente nela. Com ele, ela não se sentia só como de costume, sentia que sua enorme solidão acabava inteiramente preenchida quando ele estava por perto. E então foi a vez dela de quebrar o silêncio:
“Por quê?”
“Por que o quê?” perguntou Lucca.
“Por que você veio falar comigo?”
“Marianna...”
“Lucca...” ela fitou-o profundamente.
Ele então respirou fundo e disse relutante “Apesar de tentar passar despercebida pelos corredores, eu não pude deixar de te notar. Todas as vezes que você passou por mim eu fiquei sem reação... E não foi só porque você é uma bela mulher Marianna, suas atitudes quietas me deixam curioso, me fazem querer te conhecer bem... E eu não sou o tipo de pessoa que gosta de outras pessoas, eu não costumo querer conhecer alguém como quero te conhecer. Eu fui te procurar porque eu simplesmente não conseguia mais te ignorar.”
Marianna congelou. Ela nunca tinha ouvido nada parecido de ninguém. Seu coração irracional deu pulos, pelo tom da voz de Lucca ela pode perceber que tudo aquilo era verdade. Inconscientemente levou suas mãos para cima da mesa e fez com que elas se encontrassem com as mãos geladas dele. Fechou os olhos por um instante e sentiu uma lágrima teimosa a rolar pela sua face.
Lucca sorriu aliviado. Não sabia o que esperar e julgou que um encontro de mãos e uma lágrima fossem boa coisa. Soltou uma de suas mãos das de Marianna e enxugou a lágrima que lhe caía pelo rosto. Voltou a mão para afagar gentilmente as mãos quentes de sua companhia.
Marianna abriu os olhos e encontrou um par de olhos negros tentando interpretá-la. Resolveu então dizer alguma coisa:
“Eu sei que esta é a minha hora de dizer algo... Mas a verdade é que eu não sei o que dizer...” ela disse sem graça apertando ainda mais as mãos de Lucca contra as suas.
“Você não precisa dizer nada Marianna.” Ele sorriu tentando acalmá-la.
“Obrigada...” ela o agradecia não só pela compreensão. Tentou dizer com os olhos o que não conseguia colocar em palavras e isto bastou para que ela e Lucca ficassem calados e imóveis tentando organizar os pensamentos.
Para ambos era bastante complicado apreciar a companhia de outro ser humano... Lucca tinha mais facilidade com o assunto, mas para Marianna era tudo novo demais. Ela já tinha estado com outras pessoas antes, mas era sempre por diversão momentânea. Ela nunca tinha realmente sentido que gostaria de estar o tempo inteiro com alguém ao seu lado e apenas a idéia de sentir isto por Lucca a apavorou.
Ele percebeu a mudança na expressão dela e disse calmamente “Já é hora de irmos, não é? Está tarde...”
Ela impressionou-se com a capacidade dele de acalmá-la, respirou fundo e afirmou com a cabeça, levantando-se em seguida da cadeira.
“Foi bom te conhecer...” Marianna sorriu tentando ser simpática virou as costas e saiu andando em direção ao seu carro.
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ps: Haaa a Mahh me irrita *-*
Peace, love and music, Kah *

domingo, 8 de março de 2009

Sem título, por enquanto - {Capítulo 3}

Capítulo 3 - Chantagem
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Lucca soltou um suspiro descontente e logo quando decidiu ir embora viu, no chão, o pequeno colar com o número 9 de Marianna. Pegou-o do chão sorrindo e correu para encontrá-la. Parou no corredor e teve que insistir ao inspetor para que o deixasse entrar depois de 5 minutos de atraso. Conseguiu graças ao colar de Marianna e procurou pela sala de geometria analítica.
O professor não havia aparecido, era verdade e Marianna sentou-se em uma das primeiras carteiras, como sempre, para esperar que os liberassem para ir embora. Abriu seu caderno no exercício que Lucca havia supostamente resolvido e fez as contas conforme ele dissera. Lá estava: a solução realmente era 1... Fechou o caderno sorrindo, como nunca faria na frente dele e ficou a pensar em quem era ele afinal.
Foi interrompida pelo mesmo barulho de passos barulhentos que ela havia ouvido quando estava sentada no banco pouco antes.
"Lucca, eu falei pra me deixar em paz!" Ela levantou os olhos após dizer e encontrou Lucca sorrindo na frente dela.
"Não seja mal educada mais uma vez, eu achei algo que é teu."
"Algo que é meu? Ah sim, claro... Agora você está arranjando desculpas?"
"Não é desculpa Marianna... Isso não lhe pertence?" Lucca tirou o pequeno colar de 9 do bolso e mostrou para ela.
"Meu colar..." Marianna falou colocando as mãos no pescoço.
"Pois é, seu colar." Ele sorriu "Eu só te devolvo se você aceitar tomar um chocolate quente comigo."
"Isso é chantagem!" Disse ela encarando-o.
"Funciona com você, já que não vai por mim..."
"Eu REALMENTE gosto deste colar."
"Então vamos, ninguém aqui vai te morder... A não ser que você peça." Ele piscou sorrindo e a fez moldar um sorriso torto que aparentemente a irritou.
“Não tenho outra escolha, tenho?” Marianna falou com um ar menos pesado.
“Tem, é claro que tem! Você pode me dar seu colar.”
“Acho que prefiro fazer o sacrifício de tomar um chocolate quente.”
“Você pode tomar café, se preferir.”
Lucca sentia que Marianna começava a se divertir ao seu lado, o que o fez sorrir sinceramente. Ela não resistiu ao sorriso do homem à sua frente e retribuiu o sorriso levemente ao seu olhar.
“O sacrifício não é o chocolate e sim a companhia.”
“O quê?” disse ele indignado “Você está dizendo que não gosta da minha companhia?”
“Eu não gosto de companhia nenhuma, você não será o único. Não precisa se sentir mal por isso. E além do mais, eu nem te conheço!”
Lucca admirou o belo rosto de Marianna e teve que se segurar para não estender a mão e tocá-lo.
“É uma ótima oportunidade para conhecer. E eu não me sinto mal Marianna... Posso sempre roubar o seu colar e te obrigar a sair comigo.”
"Chantagista..."
"Funciona, não funciona?"
Ambos sorriram e se olharam por um instante. Marianna não conseguia entender o motivo de ele ter ido falar com ela, não conseguia entender como ele não se afastava, mesmo depois de todos os olhares frios que ela lhe lançara. Marianna simplesmente não entendia...
“Vamos?” disse Lucca interrompendo o momento e estendendo a mão para Marianna.
Ela encarou a mão dele sem saber o que fazer e ele, entendendo aquele olhar, recolheu a mão junto ao corpo. Ela sorriu em agradecimento e levantou-se para acompanhá-lo. Iam saindo da sala juntos e em silêncio quando Marianna realizou que algumas pessoas de sua sala a olhavam curiosas fazendo comentários. Parou, se virou para trás e encarou, fria, todos os que olhavam para ela. Prontamente percebeu que os olhos que a fitavam foram se abaixando um por um, até que a última pessoa decidisse cuidar de sua própria vida. Ela então saiu atrás de Lucca rindo por dentro.
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Ps: Finalmente um novo post! Depois de aanos resolvi voltar a digitar :)
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Peace, love and music, Kah.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Olhos de menina

Um dia nós nos conhecemos, em um dia qualquer, lembro-me de teus olhos, de menina. Aqueles olhos que quando cruzaram com os meus encheram-se de um brilho sem igual.
Um dia nós nos conhecemos, um dia nós nos arriscamos, um dia nós resolvemos dar uma chance ao outro, um dia nós nos amamos, um dia nós brigamos, um dia nós choramos, um dia nós nos casamos.
E hoje, vejo-a como uma mulher, não vejo eu mesmo, não gosto de me auto julgar, mas vejo-a como uma mulher adulta. Uma mulher independente, forte, que tem controle sobre a própria vida, uma mulher “calejada” pelas quedas da vida, uma mulher que acima de tudo consegue sorrir. Uma pessoa completamente diferente daquela que conheci a vários anos atrás, seu corpo, seu modo de pensar, seu modo de ver, já não são daquela menininha que conheci. Mas seus olhos quando cruzam com os meus, seus olhos quando cruzam com os meus, ainda são aqueles olhos de menina...
Aqueles olhos puros, transmitindo todo ingenuidade da parte frágil que ela não demonstra, aqueles olhos que brilham quando vêem os meus, aqueles olhos de menina que não de deixam de esquecer o quanto eu amo essa mulher-menina, não me deixam esquecem o quanto sou feliz do lado dela, que não me deixam esquecem que eu também tenho olhos de menino.


Para você, a minha menina.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Unmask

"Você tirou minha máscara, me deixou nu diante de mim e de você. Você me revelou para mim e para você...Nela..."

Manhã, tarde, noite na cidade, sentado no mesmo local. Vejo as pessoas passando, todas com a mesma face, uma máscara. Tal máscara que quebra a personalidade, todas são iguais, todos possuem o mesmo sorriso, os mesmos olhos, a mesma face e eu, não escapo disso. A chuva começa a cair, fina, para completar a cena, pouco a pouco guarda-chuvas cinzentos vão se abrindo, mas eles guardam a chuva que molham a todos, eles não ligam...
Ninguém se permite olhar para si e para os outros, vejo-os passando por mim, batidos. Correm, correm sem prestar atenção nas únicas coisas coloridas, o céu, as pequenas coisas. Mas vejo alguém andando devagar, erguendo seu guarda-cores, ao levanta-lo, pude ver o seu rosto, com um sorriso diferente, sem sua máscara. Quiseram taxa-la de louca, quiseram ofende-la, mas aquele sorriso era como um escudo...
Ela me fitou, sou um mascarado como todos, um simples mascarado na chuva, aproximou-se e tocou minha máscara. Não ousou experimentar, apenas a tirou. Pela primeira vez me vi como eu bem era, agora somos dois loucos em um mundo onde somente nos dois “existimos” e isso, chama-se...amor.


By: Lucas Eiji (Fake Angel)

Um pedacinho do céu

"Quando se ama, se ama." Sim...isso é para ti meu amor, minha Neka...


Quando pequeno, queria o céu para mim, aquele mar de algodões doces, onde o açúcar e as gostosuras eram infinitas, erguia os braços tentando pegá-lo, em vão. Cresci e me disseram que o céu é o paraíso, onde apenas os bons na terra tem direito, então eu teria de morrer para ter um pedacinho do céu e não só isso, teria de ser uma boa alma. Tantos lutam por isso, pelos seus pedaços naquele céu infinito, eu também lutei, eu também queria meu pedacinho do céu, meu lugar no paraíso. Mas não me contaram uma coisa: que o meu pedacinho do céu, que o meu pedacinho de paraíso não está lá em cima depois da morte, mas sim no sorriso de uma garota. Não me disseram que a cada vez que aquela garota sorria para mim, eu via meu pedacinho do céu. Ninguém me disse que a cada abraço forte, eu ganharia mais do que um pedacinho do céu, eu ganharia junto a calma de uma paraíso, assim como ninguém me disse que quando minhas mãos deslizam por sua face, eu ganharia a benção de uma Deusa. Ninguém me disse nada sobre ela, mas são coisas que descobri depois de ganhar meu pequeno pedacinho do céu...


By: Lucas Eiji (Fake Angel)

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Reflexões sobre seu epitáfio

Escuto essa canção e lembro de você.
Já não consigo mais disfarçar e sinceramente não ligo mais para isso. Gosto mesmo de você e nem tente me contrariar.
Claro que achei que só seria mais uma história qualquer de "amor", mas a vida me surpreende, a vida não, você né!
Lembra da primeira vez que nos vimos?
Eu sozinha num canto do bar pensando na vida e de repente vem você senta ao meu lado (fingi que não vi), pediu uma bebida e se virou perguntando qual eu iria querer. Com a pior cara possível te ignorei, mas você insistiu e colocou na minha frente uma caipirinha. Começou falar de tudo! Eu que estava sem um mínimo de paciência tentava te ignorar novamente e o barman nos via com aquele olhar de toda noite, como se quisesse me falar, eu sei no vai dar isso. No que sempre dava! Eu ficava brava, me enchiam e ia embora.
Até que começou a tocar uma música e você parou de falar. Foi ai que te olhei direito; dava pra ver que não era como os outros, e numa fração de segundos pensei se iria valer à pena correr o risco de me envolver contigo.
Mal tinha acabado de organizar meus pensamentos e você me puxou pra dançar, dizendo que se eu não falava pelo menos dançasse sua música favorita e que depois nunca mais iria vê-lo, se eu quisesse.
Como uma dança muda tudo.
Não sei explicar, mas de repente me deu vontade de conversar e só deus sabe o quanto eu não sou disso, talvez tenha sido as bebidas, ou sua beleza, ou até mesmo aquele ambiente agradável.
Faz tanto tempo que nem lembro direito, só sei que sorri feliz e você sorriu de volta. E foi assim que tudo começou.
Noites e mais noites saindo, viramos namorados, acabamos, voltamos, brigamos e como no final das contas não dava pra ficar longe um do outro, fomos morar juntos.
E hoje de manhã você resolveu comprar uns pães.
Eu lhe disse que seria hoje seria um ótimo dia para largar tudo e ir à praia para comemorar nosso aniversário. Você todo animado adorou a idéia, falou que iríamos e que me amava. E foi comprar o tal pão.
Agora após um bom tempo recebo a ligação da emergência, me falam que você foi atropelado.
Meu coração dispara e corro pro hospital, só de te imaginar lágrimas caem.
Não quero falar sobre o que vi.
Você se foi.
E nada posso fazer. Meus dias se juntaram ao clima da cidade, cinzas.
O pior é ter que lidar com suas coisas, seu cheiro ainda em minha cama.
Juro que tentei viver. Mais prefiro viver com as lembranças do que a vida propriamente dita.
E como presente me junto a ti.

sábado, 3 de janeiro de 2009

O senão dos sonhos.

'Mas para quê servem os sonhos afinal?'
Perguntaram-me certa vez o motivo da existência dos sonhos... Eu não me julguei a pessoa adequada para responter a tal pergunta, anjos não sonham e até aonde eu sabia da minha história sempre havia sido um. Mas já que perguntaram à mim, resolvi responder de qualquer forma.
Parei por um instante e fiquei a olhar para a Terra, olhei para cada ser humano sonhador que lá existia. Surpreendí-me ao concluir que a grande maioria deles sonhava, mesmo que sem perceber que o faziam...
Tinham sonhos diferentes, alguns patéticos, outros impossíveis e outros bastante convincentes. Não consegui estabelecer um padrão entre estes sonhos, não consegui nem ao menos agrupá-los por temas. Esta história de sonhos e sonhadores era mesmo uma bagunça!
Mas no meio desta bagunça pude notar algumas características presentes em qualquer ser humano que sonhava. Entre todas as que notei, uma delas em particular me chamou a atenção: mesmo após infinitas tentativas vãs, mesmo após terem sentido a dor da desilusão, mesmo após verem seus sonhos passarem tão perto, mas nunca perto o bastante para serem realizados, mesmo depois de perderem as esperanças, todos, TODOS eles voltavam a sonhar. Mesmo que contra a sua vontade e razão, todos eles sonhavam novamente. Às vezes não o mesmo sonho, muitos eram deixados pelo caminho, mas o importante era que independente da desilusão que sofressem, os reais sonhadores eram incapazes de deixar de sonhar.
Ainda não tinha obtido a resposta exata para a pergunta que me tinha sido feita, nunca a obteria, a não ser que sonhasse e visse por mim mesmo, mas a conclusão na qual cheguei me bastou: os sonhos existem para que se aprenda a acreditar, mesmo na coisa mais absurda. Existem para que se aprenda a lutar, independente do resultado. Sonhos existem simplesmente para formar sonhadores e torná-los incapazes de desistir.
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Peace and love, Kah.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Os passos para o céu

Os dois se conheceram em uma pequena lojinha de artesanato, humilde, pouco movimentada, ele era um pouco mais velho, apenas alguns meses, cerca de dois ou três. Ela foi criada depois, ambos de madeira reluzente, pendurados em um canto pequeno da loja, canto só deles, um de frente para o outro.
Ela tinha traços sutis, o corpo bem moldado com volumes proporcionais, o rosto fino e igualmente delicado, como se tivesse sido talhado com extremo cuidado. Ele tinha traços mais fortes e revelava toda destreza de seu criador, não havia marcas dos meses que tinha a mais.
Logo que se viram, as marionetes simplesmente se apaixonaram, não tinham cores se não as da madeira em que foram talhados e do verniz, mas pela primeira vez sentiram-se preenchidos e cobertos por uma cor...A cor do amor, podia-se jurar até que um sorriso havia-se moldado em seus rostos.
Nada diziam, afinal não podiam, mas trocavam ferozes juras de amor, trocavam toques ternos, mesmo imóveis e outras coisas que só amor platônico pode explicar. E assim eles passavam os dias, um na frente do outro, jurando ter encontrado seu verdadeiro amor e para eles que não conheciam outras graças, aquilo bastava, estavam felizes juntos e dia a dia observavam coisas irem embora daquele armazém, sem se importar, estavam completos.
Uma certa noite, a Deusa Lua sentiu dó daquelas pobres marionetes, que exalavam amor, mas não conheciam seus prazeres, então resolveu concedê-los uma dádiva: Toda vez que ela, a Lua reinasse os céus, elas teriam vida, mas voltariam a ser simples marionetes quando o Sol reinasse. Concebida tal dádiva, explicou aos dois os termos, enquanto incrédulos, mexiam as articulações vendo que mexiam, ainda tinham a aparência de marionetes e nessa primeira noite, exploraram e descobriram o calor dos toques, exploraram o corpo um do outro sem pudor, na inocência de criança, terminaram descobrindo o sentimento do aconchego de um abraço e terminaram assim, abraçados vendo a lua pela janela, sussurram poucas palavras, sem jeito, pequenas palavras doces de amor. O Sol veio e voltaram a ser simples marionetes, novamente um à frente do outro, imóveis.
Novamente não podiam desfrutar dos toques quentes, mas estava talhado, mais na “alma” do que no corpo a intensidade de tais toques, na ansiedade para que a noite chegasse logo, naquelas horas que pareciam dias, a noite voltou.
Voltou também com ímpeto e ferocidade o amor, que os fez consumirem-se, experimentando o arder de uma paixão, dos corpos como um só, do êxtase que o doce bálsamo do amor proporciona, em uma noite intensa.
A manhã já ia chegar, os dois não sabiam se iriam “acordar” na noite seguinte, e assim viveram dia após dia, aproveitando tão intenso amor de noite, contando o tempo pela manhã na incerteza que se amariam de novo a noite. Até que a Deusa Lua se cansou daquilo e não os abençoou mais, nessa noite eles não despertaram, mas não choraram ou se entristeceram, sorriram um para o outro, pois viveram cada noite como se fosse a última, rodeados por essa dúvida se voltariam a viver, mas felizes por terem conhecido, mesmo que apenas uma vez, as graças do amor...

By: Lucas Eiji (Fake Angel)

ps: Dedico os sentimentos postos nesse conto a você Neka, dedico cada momento descrito aqui e aqueles que apenas nossos corações guardam a nós. Eu te amo.