sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Roleta Russa

Era uma manhã qualquer, de um dia qualquer, acordava e ao meu lado, lá estava uma garota, seus loiros cabelos desarrumados espalhavam-se pela cama, como se abrissem na água, uma cena linda, somada a beleza de seu corpo nu, produzia uma visão divina a quem visse. Um dia perfeito, um dia qualquer perfeito. Levantei-me e pus-me a expulsa-la de minha casa, fora uma noite quente, mas apenas uma noite quente. Minha cabeça ainda doía um bocado, o excesso de bebida, as poucas horas de sono, a balada até mais tarde. Fui até a cozinha preparar meu café da manhã, mal pus os pés na mesma a campainha tocou.
Ao abrir a porta pude constatar quem era, e como pude! Seus cabelos morenos escorriam pelos ombros, tão sensuais! Os olhos verdes penetrantes como a luz das esmeraldas, o corpo esbelto e bem moldado, nem pude dizer oi, ela foi entrando, beijando-me, seduzindo-me e logo voltei onde começo esse conto, para o meu quarto.
Durou até a tarde, onde tratei de arrumar uma desculpa para fazê-la ir embora, agora estava em paz, poderia aproveitar a só o resto do meu dia. Novamente a campainha, atendi, agora era outra igual as suas antecedentes, igualmente bela, igualmente sedutora, igualmente fui parar na cama. Essa durou até a noite e logo me pus a despistá-la, a deixá-la. Fitei calmamente o relógio, passava das 8, já estava atrasado!
Coloquei-me a correr, trocar logo de roupa, sair correndo até o restaurante, ao chegar, ela não estava mais lá, havia ido embora, não a culpo, também, com mais de uma hora de atraso... Mas não era homem de desistir, fui até sua casa, toquei a campainha e nada, liguei e nada, o máximo que consegui foi fazer com que ela espiasse pela janela. Estranho, aquela sensação dela ter-me rejeitado me doía, será que eu a amava? Fui descobrir depois, no dia seguinte em que minha rotina de balada e mulheres se repetiu, ela fazia parte daquela rotina também, a conheci em uma balada, logo, fomos nos aproximando, logo fomos nos intimando, logo, fomos nos apaixonando.
E no fim da noite daquele outro dia, estava eu só, em minha cama, sorrindo frio para minha má sorte, havia girado o compartimento de balas inúmeras vezes, pensando que uma única bala não iria atingir meu coração, engano meu, na primeira puxada de gatilho, a bala saiu, feroz, atingindo em cheio meu coração. Agora estava ali, na companhia de muitas, sem ter mesmo quem eu queria, os compartimentos vazios estavam comigo, enquanto ainda tinha a bala incrustada em meu coração, pobre homem! Pobre vida! E é isso que dá, brincar de roleta russa...



By: Lucas Eiji (Fake Angel)

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