segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Eternos amantes

"O Sol e a Lua são eternos amantes, mas eles sofrem por nunca poderem se encontrar..."


Acordei, espreguiçando-me, deixo o leve tom alaranjado no ar, ainda está tudo escuro, mas pouco a pouco vou iluminando tudo, deixando tudo isso mais quente, mais caloroso. Vejo acordar tantos casais, que sorriem com minha benção, o dia passa, a tarde vem, vou ficando cansado de ficar ali, radiando para todos, está na hora de me deitar, preguiçoso, vou fugindo aos poucos, escondendo-me, escondendo-me, entrando de fininho no meu quarto, e da pequena fresta da porta, posso vê-la acordando...
Anda toda imponente, reinando agora os céus, não brilha como eu, mas tem um brilho peculiar, ela é a musa de todos casais, mesmo sendo tão tímida... Há dias que ela mostra apenas parte dela, à direita, à esquerda, a de baixo a de cima, não importa. Todas possuem uma perfeição invejável. Há ainda aqueles dias que ela se mostra inteira para mim, e...AH! Que ciúmes... Mostra-se inteira também para todos, que ficam a contemplá-la. Mas ela está chegando e eu indo, estou cansado, tenho que me deitar, mas certamente, irei sonhar com essa graciosa chamada Lua.
Ela dança a noite inteira, brincando de decorar o céu com estrelhinhas tímidas e depois ficam a brincar, a noite inteira, brincar de ver quem brilha mais! Ela vai ficando cansada, despedindo-se de cada estrelinha, indo ela se deitar por último, acordo e abro a porta de meu quarto, deixando aquele tímido tom de laranja fraco, e ela, como se tivesse um certo medo de mim, vai se deitar. Mas ouço seu riso, tímido, infantil. Ela fica ali na porta por algum tempo, me observando como eu faço. Ah! Queria eu poder tocá-la... poder amá-la.

Os dias e as noites passam e eu fico sempre a contemplá-la, olhando-a, jogando, e ela, como se brincasse de se esconder comigo, responde em risos infantis, fica ali, escondendo-se quando chego, aparecendo quando me vou, brincando de pique esconde, mal sabe ela que brinca de me seduzir. Uma mulher criança, uma criança mulher, tamanha graça e ternura, tamanha tortura...Vou ficando mais chateado, brilho mais fraco, mas logo a noite chega e me alegro, como se ela quisesse me dizer para não se preocupar, mostra-se mulher...Mostra-se toda para mim, brilhando como nunca, como se quisesse dizer para eu não me preocupar, que ela estava ali e como eu, sabe amar. Mas aquilo tortura-me, corrói-me, minhas entranhas ardem em tamanha dor de não poder tocá-la, apenas sonhar. Mas ela é cheia de surpresa, cheia de mistérios, como quem não quer nada, ela chegou de tarde, pôs-se a minha frente e me beijou. AH! Fui aos céus! Ela beijou-me, tocou-me, nos amamos, nos tocamos... Ela foi embora logo em seguida, com graça de menina, ainda era minha hora de ali ficar, ela, foi embora para mais tarde voltar. Foi o primeiro encontro, e assim espero-a, em cada eclipse, para amar, novamente amar e tocar.

By: Lucas Eiji (Fake Angel)

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