quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Sem título, por enquanto. {Cap. 2}

Capítulo 2 - Eu sei...

"1, a resposta é 1." Disse ele sorrindo e tirando os olhos do papel para encontrar os olhos azuis da mulher ao seu lado.
"Oi?" Disse ela sem mover os olhos.
"A única solução possível pra este problema é 1."
Ela desgrudou os olhos do papel por um segundo e virou o rosto na direção do homem ao seu lado. Encarou-o por um tempo e disse incrédula. "Eu estou tentando resolver isso aqui a 2 dias, você nem pegou em um lápis, nem ao menos leu o problema inteiro e já sabe a solução? Impossível. Nem um gênio, o que eu APOSTO que você não é, conseguiria resolver tão rápido." Sua voz soou frígida como aquela noite de inverno e seu olhar congelaria qualquer um que a encarasse naquele momento, qualquer um menos ele...
"Não é preciso ser um gênio. Quer ver? Eu te mostro. Está vendo aqui nesta equação?" Ele pegou o lápis da mão de Marianna e circulou uma pequena conta. "Você só se esqueceu de incluir esta informação." Ele rabiscou um número no enunciado da questão e sorriu.
Marianna balançou a cabeça fechando o caderno com violência e tirando seu lápis da mão dele irritada. Encarou-o mais uma vez, virou as costas e pôs-se a andar de volta para sua sala. Surpreendeu-se ao vê-lo ao seu lado. 'Quanta petulância!' Pensou ela balançando a cabeça negativamente.
"Não precisa ficar brava, desculpa! Sei que não devia ter falado nada, mas não precisa ficar... Assim." Ele tentou acompanhar os passos apressados dela enquanto falava.
"Eu não estou brava e nem de jeito nenhum. Você já falou o que não devia, agora me deixa quieta." Marianna disse sem olhá-lo, aumentado ainda mais a velocidade de seus passos. O homem se sentiu levemente ofendido por suas palavras duras e levemente inclinado a fazer o que ela tinha dito, mas se o fizesse ela ganharia e ele, definitivamente, não deixaria.
"Você não sabe nem meu nome ainda, não seja mal educada Marianna."
Ouvir seu nome saindo da boca daquele homem fez com que ela parasse de repente. Não tinha certeza do motivo, mas ela parou e pela primeira vez olhou-o com curiosidade. Não quis admitir que gostou do que viu, ele era um homem bonito. Tinha olhos escuros que combinavam com seu cabelo igualmente preto. A barba mal feita dava ao seu rosto um ar maduro, mas ao mesmo tempo divertido. Ia sorrir, mas ao perceber o que faria fechou a cara e fitou-o séria.
"Eu NÃO sou mal educada e como é que você sabe o meu nome?"
"Eu tenho as minhas fontes, Marianna." Ele sorriu levemente ao dizer o nome dela mais uma vez e apreciou sua expressão ofendida ao ouvi-lo. "A propósito meu nome é Lucca, sei que você queria saber..." Ele sorriu de novo e se manteve olhando Marianna nos olhos.
"Eu não queria saber seu nome, o que queria saber é quais são suas fontes. Ninguém parece saber meu nome por aqui..." Marianna, ainda séria desviou o olhar para tentar fazê-lo não prestar atenção no que ela acabara de dizer.
"Bom, EU sei o seu nome."
"Certo."
"E EU sei que você é aluna do 2º ano de matemática e é a melhor aluna da sua turma, EU sei que você gosta de ficar sozinha, EU sei que você leu Hamlet semana passada, EU sei que você tem estes olhos frios e intimidantes, EU sei..."
Marianna ouviu-o dizer tudo aquilo sobre ela e se sentiu estranhamente especial, mas teve medo dele, afinal quem repararia nela tanto assim a não ser um maníaco? Todos sabiam que ela não gostava de ninguém.
"Ok Lucca, agora eu preciso ir. Tenho aula." Ela disse evitando-o.
"Eu também sei que seu professor de geometria analítica faltou hoje, assim como todos os outros professores, isso quer dizer que você tem o resto da noite livre." Lucca disse sorrindo procurando cruzar seu olhar com o de sua companhia.
"Você... hm..."
"O quê?
"Nada, eu tenho que ir."
"Marianna, por favor." Lucca tentou soar o mais urgente possível.
"O quê? Eu tenho que ir, de verdade... E você só pode ser algum tipo maníaco observador de pessoas que odeiam pessoas, o que te leva a pensar que eu me interessaria por você?" Ela foi rude de propósito e contra sua vontade, ainda fugia de seu olhar e por isso olhava para o chão.
"Eu nunca disse que você odeia pessoas e eu nunca disse que queria que você se interessasse por mim. Marianna, eu resolvi seu exercício, não mereço nem um chocolate quente em agradecimento?" Ele colocou a mão suavemente no queixo de Marianna e a fez levantar a rosto para olhá-lo. Ela sentiu aquele toque e estremeceu, levantou o rosto e olhou-o nos olhos por um instante antes de virar as costas e sair correndo.

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Nota: Odeio dar nome para as coisas, este capítulo foi complicado... Talvez eu encontre um nome melhor pra ele, aceito sugestões :P

Peace and love, Kah.

Um comentário:

  1. Porque você sempre termina nas melhores partes?
    Sugestão para o nome: Lucas )o)
    E...a Mah parece alguém que eu conhece e.e, nem comento =x. Tá, já comentei /trocadilhoidiota

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