segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Sem título, por enquanto. {Prólogo e Cap.1}

Prólogo
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Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só...
(Florbela Espanca)
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Capítulo 1 - Silêncio, Solidão e Números


A solidão sempre fora apreciada por Marianna. As longas horas de silêncio por falta do que dizer não a incomodavam de forma alguma, ela vivia perfeitamente bem longe das pessoas. Não que estivesse sozinha o tempo todo, ia à locais públicos, tinha família, mas sua solidão aumentava proporcionalmente ao número de pessoas que estavam ao seu redor.
Diziam que seu problema era com as pessoas, diziam que Marianna não sabia conviver. Talvez tudo o que foi dito estava certo afinal, mas ela não se importava com ninguém, vivia bem consigo mesma, vivia bem com o seu silêncio.
Marianna era estudante naquela época, fazia Matemática em uma universidade de renome. Para ela os números eram tudo: simples, exatos. Números eram tudo o que ela esperava que as pessoas fossem: racionais, previsíveis. Sua rotina era sempre a mesma: trabalhava corrigindo provas pela manhã, estudava pela tarde e pela noite ia à faculdade. Era assim todos os dias e ela apreciava a exatidão de sua rotina tanto quanto a de uma divisão exata.
Era uma mulher fria, seus olhos azuis como o mar davam um ar misterioso ao seu olhar. Tinha cabelos de um loiro escuro, que caíam em sua face escondendo-a. Não eram compridos, batiam em seus ombros e eram o que Marianna mais apreciava em si mesma. Tinha a pele extremamente clara pela falta de sol e usava um pequeno colar com um número 9 no pescoço.
Era uma bela mulher, mas não atraía olhares interessados, Marianna fazia questão de passar despercebida. Mas foi completamente diferente com ele, a frieza dos olhos dela o fazia querer conhecê-la. O rosto de Marianna, mesmo que sempre escondido, despertava nele algo que não conseguia evitar e o aparente gosto pela solidão fazia-o cada vez mais interessado em saber o que se passava dentro da cabeça dela.
Em um dos intervalos da faculdade ele resolveu procurá-la. Andou pelo campus observando atentamente cada local, para que não a deixasse passar. E então avistou-a de longe sentada em um banco isolado, é claro, aparentemente escrevendo algo. Andou até a misteriosa mulher e sua freqüência cardíaca aumentava a cada passo que dava em direção a ela. Quando chegou perto do banco em que ela estava deu um passo barulhento na intenção de fazê-la olhar para ele, o que foi em vão, Marianna continuava a olhar para seu caderno e rabiscar números freneticamente. Ele então percebeu que não conseguiria chamar sua atenção a não ser que falasse alguma coisa, resolveu então sentar ao seu lado e ver o que tanto ela escrevia. Assim o fez, respirou profundamente e sentou-se calado.
Marianna percebeu alguém ao seu lado, mas as contas estavam muito mais interessantes do que qualquer ser humano insignificante que estivesse ali, impassiva continuou rabiscando números em seu caderno esperando que quem quer que fosse continuasse calado e imóvel. Atendendo as suas expectativas ele ficou ali observando atentamente os números que ela rabiscava e apagava, rabiscava e apagava.

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Nota: Tenho mais um capítulo para postar, mas não vou fazê-lo pra não desanimar ninguém... Espero que gostem.

Peace and love, Kah.

2 comentários:

  1. Ah! Cadê o resto i.i~
    Em relação e meus textos, tenho você para revisa-los e arruma-los pra mim /apanha.

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  2. Amigo folgado é complicado viu u.u
    Ninguém merece hauuhauhaa
    Eu reviso pra você Eiji...
    Vou postar o segundo capítulo da minha história sem título ;)

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