sábado, 13 de dezembro de 2008

Pequena mas tão grande...

“ Meu nome? Quem se importa com meu nome... Minha profissão? Não tenho. Minha conta bancária? Nem ao menos sei o que é isso. Quantos anos tenho? Nenhum, apenas alguns dias. Pra que vivo? Vivo, por viver. Pergunta final: Qual o sentido do seu viver? Pergunto a você.”

Sou uma borboleta, sim uma borboleta e estou aqui para contar minha história, muitos podem querer dormir, jogar essas palavras foras gritando: E que graça tem a história de uma borboleta. São a essas pessoas, e as pessoas que não apreciam a minha beleza que conto a minha história. Pequena, que diferente dos homens que possuem anos para escrever, eu possuo apenas dias de vida. Pequena porque muitos não me notam nesse mundo tão grande de prédios, de casas, dos homens. Meu nascer não importa, não me lembro, começo quando saí do meu casulo.

Quando me dei por mim, já tinha asas, já voava! Que graça é voar, cansa um bocado, mas você pode ver tudo lá de cima. Voei por aí, saí voando vendo tudo, observando pouco, apenas aproveitando o prazer de voar, foi assim por um dia, no outro já me senti muito mais velha, e todo aquele prazer parecia ter sumido, tinha vontades de viver agora. Voei para uma tal de praia, sol, humanos, águas. Foi a primeira vez que vi o mar e a primeira vez que toquei em uma pessoa. Era um homem, não sei a idade (não sei o que é isso afinal), fiquei curiosa para saber como eram os humanos, me aproximando desse homem, soube que o nome dele era “papai” porque duas outras pessoinhas, parecidas com ele gritavam isso direto. Aproximei-me dele, tocando-lhe a face, parece que ele não gostou, mesmo não tendo me visto, apenas sentido-me começou a abanar a mão e eu com medo de ser atingida, fugi. Chateie-me com aquilo, então humanos não gostavam de mim? Mas ainda assim os achava curiosos e fiquei ali para observar um pouco mais.

Vi as duas pessoinhas correndo em direção a água, foi quando conheci o mar, que vastidão! Nunca tinha visto tanto água junto. Fiquei sobre aquelas duas pessoinhas, vendo como o mar movia-se, parecia-me tão violento, tanto que bateu sobre uma delas, a outra, começou a gritar o nome daquele homem “papai, papai!”, era o que ela gritava, olhei para o “papai”e ele não estava ouvindo! Estava conversando com um outro homem. A que gritava, começou a correr em direção ao “papai”, sempre gritando, mas ela ia demorar a chegar. Ora! ”Que falta de educação!” Indaguei comigo mesma e fui correndo querer tirar satisfações, decidida. Comecei e tocar-lhe a nunca, cutucando-o. Ela nada fez, apenas abanou a mão novamente, voei e escapei, mas não desisti, cutuquei-lhe o pescoço, o mesmo ato, a minha mesma esquiva perfeita. Mas aquilo tinha me deixado nervosa, não ouvia ninguém e ainda assim não me ouvia! Era demais! Cúmulo do cúmulo!! Cutuquei agora seu nariz, ele pareceu me avistar, abanou as mãos, sussurrando um “xô, xô”. Eu não tirei o pé dali, deu um pulinho e cutuquei ele novamente, ele nervoso tentou me agarrar, senti medo e saí correndo em direção aquelas duas pessoinhas, ele foi atrás e conseguiu me pegar antes de eu chegar perto das pessoinhas, me apertando entre suas mãos. Senti uma dor tremenda, não morri não, sou dura na queda! Mas senti que não conseguia mexer nada, ele, fitou-me vitorioso, mas quando levantou o olhar, fitou-me com um olhar de gratidão, não sei qual era o motivo daquilo tudo, mas deixou-me carinhosamente no chão e pôs-se a correr, em direção ao mar...
Eu havia salvo uma vida, perdi minha pequenina e curta vida, mas salvei uma vida grande, de um possível campeão. Esse campeão começou a ensinar para outras pessoinhas, quando, engraçado, essas pessoinhas o chamavam de “papai” que era importante, mas muito importante, prestar atenção e apreciar as pequenas coisas da vida.


By: Lucas Eiji (Fake Angel)

2 comentários:

  1. Absolutamente sem comentários *-* Que idéia Eiji, fala sério *-*
    Só uma coisinha, insisto para que você RELEIA seus textos ¬¬' Neste aí você confundiu a primeira pessoa no feminino e no masculino, that's all...
    Lindo texto, chorei aqui [/emo]

    ResponderExcluir